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Mais Um Dia (​á​lbum)

by Vasco Ribeiro

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1.
Vim pra te dizer que o dia esta estranho E há um som no ar que eu não acompanho E sinto o cheiro a fresco dos murais com tinta E ouço velhas histórias da antiga Sintra E ao passar o vento sempre muda E ao pensar o tempo não me ajuda E cai-o pelo chão como fruta madura Que se decompõe sobre uma sombra escura E o campo alentejano anda à seca Como um grito mudo de Guernica E prados algarvios jazem no fundo um mouro Tal e qual as vinhas que cobrem o Douro E ao passar o vento sempre muda E ao pensar o tempo não me ajuda E cai-o pelo chão como fruta madura Que se decompõem sobre uma sombra escura
2.
Degradação 03:20
Os dias andam bons Mas eu não os quero Ando em ruas vazias com ar austero Vida sem motivo, rosto sem sorriso Almas degradadas a chegar ao paraíso Senhores da guerra são como baratas Por entre a escuridão dando as patas Violência exacerbada, história inventada Armas construídas que não servem para nada Não me sinto bem Não me sinto bem Não me sinto bem Não me sinto Vais apanhando flores pelo caminho Pra tentar disfarçar o cheiro a vinho E nas esquinas mulheres, calmas e serenas Vão vendendo a alma pra poder pagar as rendas E tu que dizes ser observador E deambulas com charme e glamour Deixa-te de apostas, endireita as costas Inverte os papeis para ver se também gostas Este é o lado sujo da degradação O triste oposto da industrialização Por entre avenidas Florestas citadinas Ações cometidas Casas em ruínas Toca um som e eu fico bem O silencio é mau pra mim Eu só quero ser alguém Mas esta difícil
3.
Roubar Rios 04:23
Se eu te perder Ei-de andar aos tombos na rua Com a alma dorida e nua A tentar me esconder Se eu te perder Não me venham falar de amizade Não me venham dizer a verdade Que eu não vou querer saber Se eu te perder Vou fugir para um lugar distante Vou cavar uma cova gigante E vou desaparecer Se eu te perder Vou sentir o meu corpo sem nada Vou fazer-me sozinho à estrada Para não mais te ver Vou ver o tempo passar Sem saber para onde ir E tudo pode acontecer Se eu te perder E se eu te perder Eu sou sincero Vou-me afundar nas profundezas da mente Vou navegar sempre contra a corrente Vou destruir as montanhas com as mãos Vou ser o oposto da oposição Eu vou secar o ar Eu vou secar o ar Vou roubar rio, roubar rios! Destruir pontes Matar o Sol Queimar os astros Beber toda a água do mar! Beber toda a água do mar! E transformar o bom em mau Vou roubar rios! Rururureeiiii Destruir pontes Beber toda a água do mar! Beber toda a água do mar! E transformar o bom em mau Vou roubar rios, roubar rios! Destruir pontes Matar o Sol Queimar os astros Beber toda a água do mar! Beber toda a água do mar! E transformar o bom em mau E transformar o bom em mau Ver o tempo a passar Sem saber para onde ir E tudo pode acontecer Se eu te perder...
4.
Balão 04:44
Sobe sobe balão sobe Sobe sobe balão sobe Vai subindo o meu balão Vai subindo o meu balão Sobe sobe balão sobe Sobe sobe balão sobe Levanta os teus pés do chão Levanta os teus pés do chão Sobe sobe balão sobe Que o João já é um Homem Já não brinca com balões Já tem outras tentações Sobe sobe balão sobe Que eu não te perca de vista Vai subindo meu poeta Vai criando meu artista Sobe sobe balão sobe Sobe sobe sem parar E diz me o que encontrares No outro lado do mar Sobe sobe balão sobe Que o vento já não te sopra Foi soprar para outros campos Conhecer outros encantos Sobe sobe balão sobe Sobe sobe balão sobe Como sobe o meu balão Como sobe o meu balão E sobe sobe sobe sobe sobe Sobe sobe sobe sobe sobe Sobe sobe Vai de encontro à multidão Vai de encontro à multidão E sobe sobe sobe sobe sobe Sobe sobe sobe sobe sobe Sobe sobe Como sobe o meu balão E como é lindo como é lindo O meu balão E sobe sobe sobe sobe sobe Sobe sobe sobe sobe sobe Sobe sobe Vai de encontro à multidão Levanta os teus pés do chão
5.
Falem 03:28
Ele vai só ele vai a pé Correndo os bares do Cais Sodré E ela vai e vem cabelos ao vento Aproveitando cada momento Com as mãos nos bolsos a contar trocos Para ver se chega para mais uns copos E eles olham ,riem que vida dura Atrocidando a pobre criatura Quantos não têm os olhos vagos À procura de mais uns tragos Alienados pela televisão Enquanto aumenta a taxa de emigração Lá vai mais um homem à solta Sabe quando vai não sabe é quando volta Chorando mares e rios Isto não é protesto isto é revolta E o sol ergue-se sobre as nuvens Iluminando as ruas a quem não quer ver Para não terem desculpas Para ficar em casa sem nada fazer E o sol ergue-se com o vento Abalando os seres que não querem ouvir Para não terem desculpas Para ficar em casa apenas a dormir Falem, falem, falem Digam o que têm a dizer Falem não se calem Calar é uma forma de esquecer E ele vai e ele vem o que é que ele tem? E ele vai e ele vem mas ele é quem? Um deputado arrogante engravatado Ou um mendigo que ficou agarrado Ele tentou mas fecharam-lhe as portas Por não querer ser só mais um lambe botas Procurando incessantemente o seu papel Ao ver mulheres que têm mais base que pele Ele é a voz da razão adormecida Simplicidade grotesca da vida Ele é um momento espontâneo de verdade O lado artístico de qualquer sociedade Ele é a voz ele é o choro ele é o riso É a ação é o saber é o motivo Oposição ao modernismo que o controla Financiamento exigente que não descola Ele é o contraste entre quem pode e consome Que ignora quem não tem e passa fome Ele é o peito oprimido do civismo Que enfrenta sem medo o autoritarismo E ele é um sábio no auge do conhecimento Poeta morto que criou um movimento Ele é um surdo que não ouve a imprensa E até morrer à de dizer aquilo que pensa Falem, falem, falem Digam o que têm a dizer Falem não se calem Calar é uma forma de esquecer
6.
Se o meu caminho for Pelas florestas negras Não me vou perder se te vir dançar Por entre as estrelas E se o meu canto não se ouvir Na outra margem Eu enfrento o rio, sem medo nenhum Pra te sentir perto Mas se eu me perder E o tempo ficar nublado Diz me para onde ei de ir Se não vir o céu estrelado E quando a força acabar E voltar o cansaço Não me vou esquecer dos dias de Verão Em que o Sol brilha alto E se a vida desaparecer durante a Primavera Eu não vou voltar a pensar em ser Aquilo que era Mas se eu me perder E o tempo ficar nublado Diz me para onde ei de ir Se não vir o céu estrelado E se eu me perder E o tempo ficar nublado Diz me para onde ei de ir Se não vir o céu estrelado E eu não vou morrer já E eu não vou morrer já E eu não vou morrer já...
7.
Dançando 03:20
Vais descendo a calçada Com teu ar de sono, cara enfadada Posta ao abandono, sozinha na estrada Sem eira nem beira E o peso da razão aperta E mente desperta, numa voz incerta Diz que te esqueces-te dos livros de bolso Junto à cabeceira E é tarde para voltares para trás E se fores capaz, não penses mais nisso E mostra um sorriso A essa vontade de seguires em frente Pois mais vale andar sozinho Devagarinho, sem ter caminho Do que viver na alvorada, Mas descontente Velhas cantam ás janelas Tricotando blusas, acendendo velas Enquanto tu passas, mandando umas passas Numa ponta suja Vestindo um casaco rasgado Cabelo mal cortado e despenteado Com uns sapatos velhos, fora de moda Que ninguém usa E caga na superstição Que há de haver razão, para a perfeição Do sol a brilhar na sua altivez Quando chega Agosto E vai dançando, vai dançando Vai dançando, vai dançando Até os teus pés lhe tomarem gosto
8.
Marcas na pele todas as horas que passam E quantas luas enxergas durante o ano E o céu esta morto mas os falcões ainda caçam O que há de belo no centro de um ser humano E ele tem os bolsos com mais pedras do que magoas E ela as mãos com mais magoas do que pedras E vão andando por ruas abandonadas Fazendo amor pra tentar por fim as guerras E ela passa mas ele não a ouve Com passos leves de ceda de cetim Mas nas montanhas lúcidas da sua mente Sente que anda algo a solta por ai E cheia de graça dá a volta a praça alegre e contente E ele louco sonhador anda em pés descalços na gravilha quente E deixa o som do tambor Fazer renascer a cor Dessa flor que já murchou Desse dia que acabou Dessa luz que se apagou Desse céu que se desfez Desse traço que o céu fez E que ele persegue Como um ser errante e apaixonado Cativante ou cativado Sedentário, libertário Que se afoga em todo o imaginário De sonhos profundos Belos e fecundos Leves, sorrateiros Vultos passageiros Até que o som acalma O tambor silencia E ele diz lhe ao nascer do dia Eu dava a minha vida só pra te sentires em paz Eu dava a minha vida só pra te sentires em paz E eu dava a minha vida, a minha vida eu dava O mundo em dois abria e sol eu destruía E o sol eu destruía, e o sol eu destruía, e o sol eu destruía E eu dava, eu dava a minha vida só pra te sentires em paz Eu dava a minha vida só pra te sentires em paz Eu dava a minha vida só pra te sentires em paz Eu dava a minha vida só pra te sentires em paz
9.
Mais Um Dia 03:42
Mais um dia tudo outra vez Numa idade indiferente a razões e porquês Mais um dia a jogar o jogo do mundo E a lançar os dados com o ego no fundo Mais um dia matar ou morrer Lei da selva aplicada à cidade a crescer Mais um dia a bulir por trocos Mais um dia a abrir os buracos prós outros Mais um dia no chão Com o tapete forrado Mais um dia a dormir Mais um dia acordado Mais um dia pra dizer que um dia Mais um dia pra pensar que um dia Mais um dia a achar que um dia Hoje é dia de agir Mais um dia tudo outra vez Sempre as mesmas rotinas e os mesmos cafés Sempre o mesmo sorriso forçado Sempre o mesmo bom dia e o mesmo obrigado Mais um dia ser ou não ser Mais um dia a ganhar mais um dia a perder Mais um dia a servir de base para copos Mais um dia a abrir as portas para os outros Mais um dia no chão Com o tapete forrado Mais um dia com força Mais um dia estoirado Mais um dia pra dizer que um dia Mais um dia pra pensar que um dia Mais um dia a achar que um dia Hoje é dia de agir Mais um dia tudo outra vez Numa idade indiferente a razões e porquês Mais um dia a jogar o jogo do mundo E a lançar os dados com o ego no fundo Mais um dia matar ou morrer Lei da selva aplicada à cidade a crescer Mais um dia a bulir por trocos Mais um dia a abrir os buracos para os outros Mais um dia no chão Com o tapete forrado Mais um dia a dormir Mais um dia acordado s um dia pra dizer que um dia Mais um dia pra pensar que um dia Mais um dia a achar que um dia Hoje é dia de agir !

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Agradecimentos:
Por terem feito isto possível: gostaríamos de agradecer ao John Klima por nos ter aberto as portas da
Scratch Built e nos permitir explorar a nossa criatividade e nos desenvolvermos enquanto grupo e
enquanto artistas, à FisgaStudio e ao Tiago Martins pelo tempo, pela paciência, pela captação de som,
pela mistura, pelas dicas e pela participação activa em todas as músicas, ao André Castro pelo exímio
trabalho de masterização, ao Daniel Arthur pelo génio, pela ilustração luminosa que nos serviu de capa,
pela obsessão cativante em atingir o belo, ao Gabriel pela
flauta mágica que embelezou as “Florestas Negras”, à Cuca e à Joana pelas vozes guerreiras que
empurraram a “Falem” para a frente, à voz do Francisco no coro improvisado na “Ao Passar o Tempo”,
aos nossos pais, às nossas famílias, aos nossos amigos e amigas, aos conhecidos, aos desconhecidos, a
todos aqueles que nos dão força e incentivo para continuarmos a lutar na estrada incerta da cultura
portuguesa, um profundo e merecido muito obrigado!

credits

released April 10, 2020

Produzido, gravado e misturado por: Tiago Martins (FisgaStudio)
Masterizado por: André Castro Mastering

Música e Letra: Vasco Ribeiro
Guitarra,Harmónica e Voz: Vasco Ribeiro
Baixo e Voz: Rafael Osório Castro
Saxofone,Teclas e Percussões: António Gonçalves
Bateria: Steven Gillon

-Convidados-
Back Vocals:
- Carolina Coelho, Joana Arantes ("Falem")
- Gabriel Pepe, Francisco Ribeiro, Tiago Martins ("Ao Passar O Tempo")
Flauta Transversal_
- Gabriel Pepe ("Florestas Negras")

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Vasco Ribeiro Lisbon, Portugal

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